Entre o fim de janeiro e o fim de março, no auge do calor africano, acontece a colheita da Marula, fruta mística que dá origem ao licor Amarula Cream. A atividade mobiliza mais de 60 mil pessoas no nordeste da África do Sul. Como a Maruleira - cientificamente conhecida como "Sclerocarrya birrea" -, não pode ser cultivada pelo homem, a prática adquire toques ancestrais, onde predominam o respeito pela natureza e a convivência do homem com outros animais. Nesta época, a fruta verde da Maruleira atinge um tom amarelo claro. À medida que vai amadurecendo, emite uma fragrância intensa, tropical, que flutua na brisa quente do verão e atrai várias espécies de animais silvestres de milhas ao redor. Manadas de elefantes viajam durante dias para empanturra-se com a deliciosa fruta madura. Por este motivo, a árvore de Marula é também conhecido como "A árvore do elefante". Como o calor provoca um processo de fermentação natural do fruto, é comum encontrar pequenos animais, principalmente macacos, levemente embriagados.
Rica em vitamina C e com amêndoas contendo óleo natural, a suculenta fruta azeda tem diversos usos terapêuticos, desde o combate à malária até para a alimentação. Esses usos são muito anteriores à própria marca de licor, criada em 1989: estudos arqueológicos estimam que o fruto já fosse consumido há cerca de 12 mil anos.
A planta ainda é reconhecida por propriedades afrodisíacas. Como curiosidade, as árvores são dioicas, ou seja, têm sexo determinado . Esse fato contribuiu para a crença entre povos locais de que uma infusão da casca pode ser usada para determinar o sexo de um feto. Se uma mulher que ter um filho do sexo masculino, deve fazer uma infusão à base do fruto da árvore-macho, e, por uma filha, a árvore do sexo feminino. Se a criança do sexo oposto nasce, diz-se que é por ser muito especial, pois foi capaz de desafiar os espíritos.
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